Com práticas agroflorestais, a monitoria da Novo Encanto (NE) na 10ª Região vêm transformando, em terra fértil, um terreno degradado que, até o ano de 2003, abrigava um ferro velho em Engenho Velho, bairro rural de João Pessoa (PB).
Sistemas Agroflorestais (SAF’s) são formas de uso ou manejo da terra que copiam o funcionamento da natureza, trazendo benefícios econômicos e ecológicos ao combinar o cultivo de espécies arbóreas (frutíferas e/ou madeireiras) com agrícolas e/ou a criação de animais.
O trabalho nesse terreno em Engenho Velho começou em março de 2016, depois que a monitoria da NE atuante em Santa Rita (PB) teve acesso a uma oficina de agrofloresta oferecida pelo agrônomo e especialista em agricultura biodinâmica Walter Assunção em Maceió (AL).
Walter, que também é sócio da Novo Encanto, coordena um trabalho de SAF no núcleo em Maceió (AL). Ele observa que a implantação de SAF’s vem aumentando nos núcleos de atuação da NE no nordeste a partir do trabalho na 10ª região. “Além dos SAF’s implantados na Paraíba e em Alagoas, há mais dois nas cidades de Abreu e Lima e Caruaru, em Pernambuco”, afirma.
Em Alagoas, na Fazenda Vale Florido (núcleo Flor de Maria), o SAF tem 24 hectares (equivalente a 60 mil metros). “É onde mais se investiu recursos da coordenação regional da Novo Encanto, em torno de R$ 50 mil reais, afirma Hudson Cavalcante, Coordenador na 10ª Região da NE. “Por enquanto, ainda é mais um trabalho de formiguinha, feito com voluntariado e poucos recursos. Mas pode se tornar um trabalho profissionalizado, que sirva de exemplo para a NE em outras regiões no país. Mas não devemos esperar “ter tempo suficiente” nem ter “mais recurso” para fazer as coisas acontecerem, conclui Hudson.
Uma agrofloresta no antigo ferro velho
Em João Pessoa, a implantação do SAF no terreno foi possível devido a um prévio trabalho de reflorestamento e de melhoria do solo do local: “Antes havia muito lixo e poucas árvores. Foi depositada uma tonelada de calcário para corrigir a terra e feita uma arborização”, explica Roberta Trindade, auxiliar da NE no núcleo Conselheiro Salomão Gabriel.
“Iniciamos o SAF com pouca bagagem teórica, mas com muito querer fazer”, destaca Emanuel Badu, monitor da NE no mesmo núcleo. “Seguimos o método de Ernest Gotsch, cujos fundamentos aprendemos com Walter Assunção”, explica, citando o trabalho do suíço referência internacional em Sistemas Agroflorestais.
Hoje, no local onde há cerca de 15 anos havia um ferro velho, a monitoria da Novo Encanto, em apenas um ano, já plantou 80 mudas de espécies arbóreas, frutíferas e de culturas anuais (aquelas que concluem seus ciclos produtivos em um ano ou menos, como milho, trigo, arroz e soja).
“Percebemos que esse projeto tem grande relevância ambiental por ser um sistema que, por si só, ensina a observar a Natureza se manifestando e nos guiando no caminho para se chegar à fartura”, avalia Roberta.
Essa fartura já pode ser observada na grande variedade de espécies plantadas no terreno: angico, jatobá, mulungu, pereiro, mulateiro, ipê, catingueira, aroeira, flamboyant, abacateiro, mangueira, cajueiro, bananeira, limoeiro, laranjeira, coqueiro, cacau, inhame, milho, mandioca, amendoim, feijão, melão, abacaxi e ervas medicinais.
Plantando Água
“Plantar Água” é uma expressão utilizada por Ernest Gotsch, o qual promoveu mudanças de grandes extensões em suas terras degradadas na Bahia, tornando-as produtivas com sistemas agroflorestais. Um SAF tem a capacidade de melhorar a infiltração de água no solo, promovendo o abastecimento do lençol freático, a formação de córregos e o ressurgimento de nascentes.
Além disso, um Sistema Agroflorestal apresenta outros benefícios para o meio ambiente, se comparado à agricultura convencional. Além da preservação dos recursos hídricos, é possível a produção de espécies alimentícias sem comprometer a qualidade do solo e da água e proteger a biodiversidade.
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