Como parte das celebrações do Dia Mundial da Água em março, a Novo Encanto promoveu um mutirão de limpeza em praias urbanas de Salvador. Mais de sessenta voluntários participaram. Foi uma maneira de conscientizar os frequentadores, por meio do exemplo, sobre a necessidade da destinação correta do lixo no dia-a-dia.
Como resultado imediato da ação, um trecho de cerca de três quilômetros, entre as praias Piatã e Itapuã, ficaram livres de uma quantidade de detritos suficiente para encher 12 sacos grandes de lixo. Um material que se não fosse recolhido iria para a água do mar, contribuindo para a poluição dos oceanos.
O diretor executivo da Novo Encanto, Carcius Azevedo, definiu o exemplo como “um pequeno gesto, que fala muito mais do que grandes discursos”. Ele participou do mutirão, e ressaltou a importância de atitudes como esta em um momento crítico para o meio ambiente.
Ísis de Aragão, uma das voluntárias da Novo Encanto, conta que viu uma banhista comentar com as amigas sobre a importância de ações como à que assistia. “O mutirão a fez lembrar-se de ter visto, na televisão, sobre a existência, no Oceano Pacífico, de uma ilha de plástico, uma imagem que em contraste com a limpeza da praia, levou a banhista a questionar a própria atitude frente ao problema.” , lembra Isis.
A coordenadora regional da Novo Encanto na 4ª região Adriana de Castro, explicou como a sensibilização das pessoas para o cuidado com os recursos hídricos ocorre em ações como essa. “Não é o simples fato de catarmos o lixo da praia, e sim o que este exemplo gera em termos de sensibilização dos banhistas”.
Engajamento e entusiasmo
A voluntária Mel Costa veio do município de Mucugê, na Chapada Diamantina, a 500 quilômetros de Salvador com um especial interesse no mutirão: ela diz que a experiência pode e deve ser reproduzida em outras regiões, como a Chapada, onde o aumento do fluxo de turistas gera cada vez mais lixo nas trilhas dos parques naturais.
“Será também um meio de integrar a Novo Encanto aos grupos socioambientais que já trabalham na proteção das águas da Chapada Diamantina e na conscientização da população e dos turistas”, disse ela.
Depois de coletar o lixo, os voluntários alinharam corpos, mentes e sentimentos em um trabalho de meditação e de dança circular. E seguiram em direção a Itapuã, a praia mais famosa de Salvador, ponto final do evento. Lá, os garis deram destino ao lixo recolhido. Para a conclusão do trabalho, um outro círculo humano foi formado – este mais festivo, com a participação de músicos e capoeiristas.
Texto e fotos: Carlos Vianna.