A Associação Novo Encanto de Desenvolvimento Ecológico nesse momento de sofrimento após a tragédia de Brumadinho, se alinha com as instituições de governo, organizações da sociedade e voluntários nacionais e internacionais que, sem medir esforços, prestam inestimável apoio às vítimas, seus familiares e as comunidades atingidas.
Manifestação à sociedade
- A Associação Novo Encanto de Desenvolvimento Ecológico, criada em 1990, possui cerca de 1.000 associados e desenvolve trabalhos em todos os estados do Brasil vem a público lamentar profundamente a tragédia do rompimento da barragem da empresa Vale em Brumadinho com mais de 300 vítimas fatais e imensos prejuízos ao meio ambiente, à sociedade e à economia da região. Ao mesmo tempo, manifestar solidariedade e conforto espiritual a famílias das vítimas e ao povo de Minas Gerais.
- Nesse momento de sofrimento, nos alinhamos com as instituições de governo, organizações da sociedade e voluntários nacionais e internacionais que, sem medir esforços, prestam inestimável apoio às vítimas, seus familiares e as comunidades atingidas.
- Da mesma forma que entendemos ser vital a continuidade da assistência às comunidades e famílias atingidas, consideramos também fundamental e inadiável que se apurem as causas e as responsabilidades.
- O ser humano atravessa hoje uma crise das mais graves em toda a sua história. Nossa sociedade encontra-se em uma encruzilhada sem precedentes. Vivemos uma profunda crise de ética e de valores que tem distorcido nossa visão e se refletido na desordem econômica, na desagregação social e na destruição do nosso meio ambiente.
- A devastação do nosso planeta é uma realidade cada vez mais presente: florestas são reduzidas a desertos, milhares de espécies de animais e vegetais desaparecem para sempre, a água e o ar são contaminados, comunidades são cobertas de lama e o clima está sendo alterado. A continuidade dessas práticas certamente levará à destruição dos recursos e das condições naturais das quais depende a nossa própria existência no Planeta.
- A arrogância e a presunção, levaram o homem moderno a ver e a tratar a natureza como subalterna, e a perceber a sua humanidade apenas na razão direta da capacidade de dominar a Ela e aos outros homens. Na esteira deste impulso, a Natureza tem sido tratada como um objeto a ser manipulado e apropriado apenas ao sabor da ganância. O que tem provocado uma infinidade de tragédias, como as das empresas Samarco e Vale em Minas Gerais.
- A esta perspectiva, opõe-se uma tradição milenar que compreende a natureza como presença Divina se manifestando na água, nas árvores, no ar, no Sol e na Lua. O caminho da plena realização de nossas potencialidades começa por reconhecer a Natureza como ela é: Sagrada.
- A Associação Novo Encanto se posiciona no sentido de preservar e realçar a Natureza por meio da utilização consciente e responsável dos seus recursos, tendo clareza que somos apenas os “zeladores da vinha”, não seus proprietários e nos colocando, acima de tudo, como seus guardiões e servidores.
- Que a tragédia humana, social, econômica e ambiental provocada e em Brumadinho não seja em vão, como anteriores. Que esse novo e dramático grito de alerta seja suficiente para que mudanças profundas e efetivas sejam implementadas nas práticas das empresas e nos governos que autorizam e supervisionam as atividades.
- Que sirva para abrir os olhos dos governos, dos parlamentos, das empresas e da sociedade para as urgentes e necessárias mudanças na legislação e no seu efetivo cumprimento, bem como na estruturação, no respeito e na valorização dos órgãos ambientais ocorram e garantam que tragédias como essas nunca mais aconteçam.
- Nesse sentido, dentro das necessidades inadiáveis, estamos presentes em Brumadinho atuando junto com outras organizações, de forma voluntária, diretamente em apoio às vítimas a à comunidade. Ao mesmo tempo que nos colocamos disponíveis para somar na construção de soluções que contribuam para mudar o rumo dessa triste história, nos alinhando a todos que, em diferentes lugares do planeta, trabalham nesse mesmo sentido: o de tecer novamente os fios que nos religam à Natureza; aos nossos semelhantes e a nós mesmos.