Projeto é baseada em experiência asiática bem sucedida
A ideia surgiu em Cingapura e foi adaptada ao contexto brasileiro pela Fundação Osvaldo Cruz: dedicar dez minutos semanais à tarefa de eliminar focos do mosquito Aedes Aegypti. Uma estratégia que também foi adotada pela Novo Encanto no estado de Roraima, tendo como ponto de partida um trabalho de conscientização e aplicação prática.
O projeto da Novo Encanto “10 minutos contra o Aedes: 2017” em Roraima, começou a ser posto em prática em junho. O objetivo é realizar mutirões com esclarecimentos sobre o mosquito e as doenças que podem ser transmitidas, além de um treinamento para que cada pessoa dedique 10 minutos da semana, na área dos núcleos e dentro de cada casa, a fazer uma varredura para detectar e eliminar possíveis criadouros do Aedes Aegypti.
O trabalho dá ênfase ao envolvimento das crianças e adolescentes como multiplicadores, entre suas famílias. “Hoje 80% dos criadouros do mosquito estão dentro das residências e, desse percentual, 75% é relacionado aos objetos que as pessoas guardam e ficam no fundo do quintal’’, explica a médica veterinária Maria Conceição Santos, coordenadora do Projeto e integrante da Novo Encanto em Roraima.
Uma cartilha foi desenvolvida com foco nas crianças e adolescentes, com informações sobre o ciclo de reprodução do mosquito e o papel como vetor das doenças. Serão visitados todos os Núcleos da Novo Encanto na região de Roraima com a aplicação da mesma sistemática: mutirões de conscientização e posterior monitoramento dos resultados obtidos.
O projeto orienta a verificar lugares como o ralo do banheiro, o degelo de geladeira, a fossa, a água do cachorro, o lixo, os vasos das plantas e tudo aquilo que possa ter água parada. Maria da Conceição explica ainda que o ciclo do Aedes Aegypti dura em torno de dez dias. “Então se a gente começar a fazer essa limpeza em casa a cada sete dias, seremos capazes de quebrar este ciclo e assim evitarmos que o mosquito se desenvolva em nossas casas, ou nos núcleos da região. Com isso é possível baixar os índices das doenças”
Em Roraima, neste ano, já são 385 casos registrados de zika, 3438 de chikungunya e 2302 casos de dengue, segundo dados da Secretaria de Saúde do Estado.
De acordo com o Ministério da Saúde, só no caso da dengue, nos últimos 50 anos, a incidência aumentou 30 vezes, com ampliação da expansão geográfica para novos países e, na presente década, para pequenas cidades e áreas rurais. É estimado que 50 milhões de infecções por dengue ocorram anualmente e que aproximadamente 2,5 bilhões de pessoas morem em países onde a dengue é endêmica.
Por Gabriela Guimarães Garcia Marcondes – 16ª Região
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Grata por mais essa iniciativa.
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