Novo Encanto realiza encontro nacional no Seringal

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Nos dias 18 a 21 de agosto de 2022, em Lábrea-AM, no Seringal Novo Encanto (sede da Associação Novo Encanto de Desenvolvimento Ecológico-NE), aconteceu o Encontro Nacional da Novo Encanto com o tema “Vamos pra floresta com os 5R’s”. O evento reuniu 40 participantes entre diretores, coordenadores, monitores e auxiliares da NE, de diversas regiões da União do Vegetal (UDV), para compartilharem as experiências de trabalho que estão sendo desenvolvidas nos Núcleos da UDV. Esteve presente o Presidente do Conselho Diretor da NE, Thiago Beraldo.

O evento foi uma concretização do convite expresso no slogan da NE para esse triênio, “Vamos pra Floresta”, oportunidade também em que foi conversado a respeito da produção de resíduos e realizada uma reflexão acerca dos 5 R’s (Repensar, Reduzir, Reutilizar, Reciclar e Restaurar), conforme propunha o tema. Durante o Encontro, as pessoas participaram de trilhas, vivências integrativas e alongamentos, conexão com a natureza e compartilhamentos de experiências de trabalho. Dias alegres e transformadores que ficaram marcados na vida de cada um.

Na chegada, no dia 17, todos foram recebidos na cidade de Rio Branco-AC, de onde seguiram para o seringal que fica localizado a aproximadamente 100 km da capital acreana. A abertura oficial aconteceu na manhã do dia 18, com uma roda de conversa à sombra da samaúma, onde foram transmitidas orientações e repassada a programação do Encontro. Na sequência, foi realizada uma caminhada nas dependências do seringal, onde foram montadas casas de seringueiros como as que viveu o Mestre Gabriel, assim, todos puderam conhecer mais das vivências do Mestre pelos seringais e das origens da UDV, uma religião de bases florestais. Foi apresentado o trabalho de gestão do Seringal e os projetos em desenvolvimento como a agrofloresta, o plantio de açaí e a coleta de castanha.

Na manhã do dia 19, foi dia de seguir pela floresta, na “Trilha dos Nove Vegetal”, guiada pelo Mestre Venilson Sousa. Já na entrada da trilha, de 13 km, os integrantes foram surpreendidos com uma quantidade de resíduos jogados pelo chão e pendurados em varais, a dinâmica tinha o objetivo de impactar as pessoas e gerar uma reflexão sobre as práticas de consumo.  Essa caminhada possibilitou aos participantes conhecer cada um dos nove vegetais nativos (Breuzinho, Apuí, Samaúma, Pau D’Arco, Castanheira, Mulateiro, Imburana de Cheiro, Maçaranduba e Carapanaúba), ouvir as explicações sobre suas propriedades medicinais e beber os chás preparados com cascas da maioria deles, além de também, no trajeto, conhecer o mariri, a chacrona e o joão brandinho nativos.

Essa atividade teve como objetivo mostrar técnicas de condução em trilhas e formas de promover o aprendizado e a reflexão em ambientes naturais. Foi uma experiência sinestésica que encantou a todos de forma bonita e profunda. Durante a noite, foi momento de conhecer a história da NE, com a apresentação ministrada por Flávio Gordon, contando com a presença de pessoas que viveram muitos daqueles momentos como o M. José Roberto da Silva Barbosa, M. Mário Marques, Central da 7ª Região e Conselheira Fátima Barros, viúva do M. Luiz Maciel da Costa, um dos pioneiros na criação da NE. Informações essas que estão sendo compiladas em um livro, que deve ser publicado em breve.

Uma roda formou-se à sombra da samaúma, na manhã do dia 20. Foi a oportunidade de trocar experiências de trabalho, falar sobre as dificuldades e facilidades que os coordenadores regionais estão vivenciando nas regiões e  nos núcleos, compartilhar ideias e se emocionar. À tarde, o grupo aproveitou para banhar no rio Iquiri e contemplar os encantos da natureza. À noite, uma conversa em roda da fogueira, sobre meliponicultura (criação de abelhas sem ferrão), seguida por momentos de alegria e cantorias.

No dia 21, finalização do Encontro, foi a vez de conhecer a seringueira, na “Trilha do Seringueiro”, guiada por M. Sebastião Guimarães, morador e zelador do Seringal. Lá, conheceram a seringa, ouviram um pouco de histórias sobre a vida do seringueiro e viram árvores nativas como o cajuí e a copaíba. Foi também o dia de tratar acerca das Diretrizes Ambientais do Centro e tirar dúvidas dos participantes. O encerramento do Encontro foi marcado por palavras emocionadas e lágrimas de alegria. A magia daquele lugar e daqueles momentos vividos ficará para sempre gravada nos corações de todos os que puderam ver e sentir tamanha beleza, e que receberam, em suas almas, os encantos da “Novo Encanto”.

Fotos: Marcelo Dagnoni

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